quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

canos para os ratos que rondam

eu sou crente, não, não dessas do rabo quente, e creia-me prezado leitor (como boa machadiana), não são os graus celsios do meu cu o alvo dessa impolidez. definitivamente. eu sou crente da pior estirpe. hum... talvez não da pior, porque creio mesmo (como crente que sou) que o pior crente é aquele que não vê. Não vê suas redondas armadilhas para se encaracolar na sua própria cretinisse. Esse, que se disfarça de hipócrita, na tentativa se assim parecer menos torpe do que de fato é. Mas eu sou um serzinho de herança, dessas de família, e assim tenho comigo altos valores que não condizem com minha própria boca podre, ainda que aqui estejam.
não, não, não. o pobre alvo das minhas lamúrias sequer entenderia essas linhas. muito provavelmente valeria-se de um dicionário on line para se questionar sobre o significado da palavra lamúria. coitado.
ou coitada de mim, que como crente acreditei que um serzinho mal vivido daria conta de respeitar outrem. não deu. não conseguiu.
é me  fastioso pensar nos despudores dos interesseiros. como sou crente, nunca penso que estou as vistas de um. não sou santa, quase puta, segundo olhares mais crentes que os meus, mas não me valho de ninguém para obter vantagens. grande vantagem essa minha, a vantagem de ser cretina, de crer em tudo que vê. ou seja, se você acompanhou meu pensamento até agora, chegamos a conclusão que sou o contrário do hipócrita que não se vê como crente. sabe o ateu que teme deus, e não é pecador? sabe o pecador que desfaz do crente se gabando de ser ateu? sim, serzinhos diferentes.
ah, mas, os interesseiros. eles sempre precisam muito de mim, desesperadamente. para o transporte, para o carinho, para satisfazer o impulso. eu acho quase graça nos interesseiros, porque, pobres, eles precisam mais do que a gente que de fato tem precisão. água, comida, fumo, bebida, transporte, xarope... os interesseiros são desvalidos de tudo. nunca possuem, nem possuirão nada, porque precisam mais que os pobres em precisão. como ratos juntam palhas e papéis nos cantos de suas vidas, mas se deixam devorar pela imensidão das tranqueiras que acumulam. sem as ver. sim sim sim, estamos falando do mesmo crente que não quer ver.
 eu acredito piamente, como crente que sou, que os interesseiros são trapaceiros. não é uma rima pobre, acredite. penso em toda trapaça que o interesseiro articula para conseguir seus objetivos. necessidade do rato. o rato quer pão, veja sua carinha suja.
eu só venho aqui para poder chorar sem a precisar de compreensão. sem que ninguém  se sinta na obrigação de entender os meus canos, a minha sujeira. eu só venho aqui para colocar nas linhas a minha solução. e a resolução é finalmente dar os canos nos ratos.

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