quarta-feira, 27 de abril de 2011

por um momento eu retornei a mim mesma. fria e dura, no estado natural das coisas. aquela parte macia, mole, adocicada como um remédio que enjoa, ela eu decepei. existiu é verdade, mas acabou. eu ainda não compreendo como a deixei a mostra. se eu sabia que não haveria compreensão. arrogância minha dizer isso, é verdade, mas, no final foi o que aconteceu. eu queria poder transmutar essas cores, esses tons de cinza em palavras. esses acordes em sussurros. meu corpo quer viver, a despeito dessa morte toda, meu corpo quer viver, quer passar por sobre minhas asas, quer manter-se, quiçá propagar-se. eu não estou mais na beira do abismo, não agora. mas parece que qualquer passo alheio pode me precipitar. como chuva. eu chovo. aqueço e foi-se mais uma vez, mais um dia. logo eu completarei 31 anos. quantos desses foram meus, eu não sei.

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